sábado, 24 de janeiro de 2009

QUEDA DE 82% DO DESMATAMENTO ANUNCIA "IMAZON" AH, ENTÃO TÁ.

Adalberto Veríssimo, pesquisador e coordenador do Projeto Transparência Florestal, afirma que as ações do governo estão gerando resultados. "No inicio de 2008 o governo anunciou uma série de medidas de combate ao desmatamento e algumas medidas duras como a lista dos 36 municípios que mais desmataram, confisco de bois e corte de créditos. Essas medidas tiveram efeito, mesmo antes da crise financeira". Para ele, a tendência é que esta queda continue nos próximos meses, também influenciada pela crise econômica.

Pensar um novo modelo de economia seria o próximo passo para o combate à devastação, já que essas medidas funcionaram em curto prazo, mas não garantem a sustentabilidade. "Agora (o governo) precisa apresentar uma agenda econômica, com outra maneira de usar as florestas sem devastar", afirma Veríssimo.

Em novembro, o estado que mais desmatou foi o Pará (60%), seguindo por Rondônia (12%), Mato Grosso (10%), Acre (10%) e Amazonas (8%). Em dezembro, o estado campeão foi Mato Grosso que devastou 65% do total de floresta, seguido pelo Pará (20%), Rondônia (10%) e Amazonas (5%).

Em ambos os meses as áreas privadas ou em diversos estágios de posse lideraram o ranking de desmatamento. Em novembro 71% ocorreu nessas áreas e em dezembro foi 76%. Os assentamentos de Reforma Agrária contribuíram com 6% (novembro) e 19% (dezembro). Já as Unidades de Conservação foram responsáveis por 6% em novembro e 4% de desflorestamento no mês seguinte e as Terras Indígenas com 1% em cada mês.

Algumas das parceria e apoios do IMAZON.

Apoio
Fundação Gordon & Betty Moore
Fundação David & Lucille Packard
Estado de Meio Ambiente-SEMA-PA

Parceria:
Instituto Centro de Vida (ICV) – Mato Grosso
Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA)
Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA)
Ministério Público Federal do Pará
Ministério Público Estadual do Pará
Ministério Público Estadual de Roraima
Ministério Público Estadual do Amapá
Ministério Público Estadual de Mato Grosso

HOMENAGEM DA JOAQUIN SABINA A JOÃO MANUEL SERRAT- FIM DE SEMANA

CAMINANTE NO HAY CAMINO, SE HACE CAMINO AL ANDAR - DESPUÉS DE 35 AÑOS

HOJE PODE SER UM BOM DIA, DEPENDE SÓ DE VOCÊ - FIM DE SEMANA

FIM DE SEMANA DE FOLGA, NINGUÉM É DE FERRO






Apesar de que não é uma obrigação escrever todos os dias e renovar as postagens do blog, tenho escrito com relativa freqüência. Entretanto, neste fim de semana me darei uma folga. Segunda feira retorno.

Feliz fim de semana!!!


Deixo para desfrute uma música do grupo musical chileno ILLAPU com uma das suas melhores interpretações e uma vista de Santiago que mostra a pobreza que ainda existe nas ruas da capital do Chile.





sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

TIRADO DO DISCURSO DE OBAMA


"Que estamos em meio a uma crise é bem conhecido agora. Nosso país está em guerra, contra uma ampla rede de violência e ódio. Nossa economia está gravemente enfraquecida, consequência da ganância e da irresponsabilidade da parte de alguns, mas também de um fracasso coletivo nosso em fazer escolhas difíceis e em preparar o país para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos eliminados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é muito caro; nossas escolas reprovam muitos; e cada dia traz novas provas de que as formas como usamos a energia reforçam nossos adversários e ameaçam nosso planeta".
"Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, entendemos que a grandeza nunca é dada. Ela precisa ser merecida. Nossa jornada nunca foi feita de atalhos ou de deixar por menos. Não foi uma trilha para os fracos de coração --para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou apenas a busca de prazeres e riquezas e fama. Ao invés disso, tem sido uma jornada para os que assumem riscos, os realizadores, os que fazem as coisas --alguns celebrados, mas mais frequentemente homens e mulheres obscuros em suas obras--, que nos conduziram pelo longo e acidentado caminho em direção à prosperidade e liberdade".

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DIA 25 COMEÇA CREDENCIAMENTO



Dia 25, as 12 horas, começa o credenciamento do FSM 2009.
O credenciamento para o FSM 2009 começa às 12 horas do dia 25 de janeiro, no Ginásio de Esportes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). É exigido comprovante de pagamento e documento de identificação. Cultura e imprensa terão locais e dias específicos.

O Credenciamento de delegados, participantes e organizações será no GINASIO DA UFRA. Início: dia 25, às 12 horas

Credenciamento de delegações e organizações
Credenciamento de grandes grupos, apenas os coordenadores/as e/ou, responsáveis pela inscrição deverão ter acesso ao interior do ginásio para confirmar ou realizar o credenciamento de sua delegação
Novas inscrições
Organizações e indivíduos podem fazer novas inscrições no posto de credenciamento. Para indivíduos e organizações, o pagamento poderá ser feito no local, em moeda brasileira (Real), tanto para brasileiros como pessoas e organizações de fora do Brasil.
Imprensa
O credenciamento de imprensa será no GINÁSIO DA UFPA (portão 2º Basico), também a partir dia 25 de janeiro, ao meio dia.
Início – 25/01 (a partir das 12 horas)
Credenciamento de Atividades Culturais
Os grupos selecionados para compor a programação cultural do FSM 2009 devem se credenciar a partir do dia 26 de janeiro, na escola Virgílio Libonati (Dentro da UFRA, ao lado do Ginásio da UFRA)
Início – 26/01 –
Acampamento da Juventude
Início: Dia 25 a partir da 12 horas, no Ginásio da UFRA.
Demais dias e horários de credenciamento geral
Entre 26 e 31, o credenciamento poderá ser feito das 8 às 20 horas.
Pagamento
As pessoas ou organizações que não fizeram o pagamento, ainda poderão acessar o site para imprimir o boleto e pagar em qualquer agência bancária até o vencimento. Pessoas e organizações inscritas fora do Brasil, poderão fazer o pagamento online ou no ato do credenciamento em moeda brasileira (real).

AMAZÔNIA BELÉM - FÓRUM SOCIAL MUNDIAL: DO ATRASO DE DAVOS À PROMESSA DE BELÉM

DAVOS E O FSM
Por Marco Aurélio Weissheimer e Clarissa Pont

Quando o FSM nasceu, como contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a globalização ainda era cantada em prosa e verso e, seus críticos, taxados de anacrônicos, inimigos da tecnologia e malucos. Oito anos depois, os mantras neoliberais não só perderam força como estão cobertos hoje por pesadas nuvens de suspeição e descrédito. O novo, como se sabe mais do que nunca neste início de 2009, estará reunido em Belém, de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, no Fórum Social Mundial.

Belém vive, de um modo muito peculiar, o ambiente que Porto Alegre conheceu em 2001, quando recebeu pela primeira vez o Fórum Social Mundial. Há, por certo, diferenças importantes. Uma delas não é um detalhe: o mundo mudou.

Quando o FSM nasceu, como contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a globalização ainda era cantada em prosa e verso e, seus críticos, taxados de anacrônicos, inimigos da tecnologia e malucos.

Na época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a escrever um artigo chamando os organizadores e participantes do Fórum de “ludistas” (numa alusão ao movimento dos trabalhadores ingleses no início do século XIX, que destruíam máquinas por temer perderem o emprego para elas).Os supostos avanços da globalização dos mercados eram apresentados como inevitáveis e necessários para a prosperidade das nações.

Oito anos depois, os mantras neoliberais não só perderam força como estão cobertos hoje por pesadas nuvens de suspeição e descrédito. De 2001 a 2009, o otimismo e a euforia dos mercados transformaram-se em angústia e lamento.Há, portanto, um ambiente de novidade que cerca o FSM 2009. O mundo mudou, afinal. E há uma grande novidade também para os paraenses que recebem pela primeira vez o Fórum.

Pelos hotéis, ruas e restaurantes de Belém, começa-se a ouvir o inglês, o francês, o alemão, entre outras línguas. Essa polifonia, porém, não chega a ser novidade em um Estado em que se falam 60 idiomas. A Amazônia poliglota vai se encontrar com as outras línguas e pedaços do mundo. E vice-versa.Vozes conservadoras da cidade, assim como ocorreu em Porto Alegre, em 2001, falam na possibilidade do caos tomar conta de Belém. Há, sem dúvida, uma dimensão caótica no FSM, mas se trata de um caos extremamente criativo. Uma das maiores expressões dessa criatividade é a capacidade que o Fórum teve, desde 2001, de antecipar diagnósticos e análises que acabaram sendo confirmadas pela realidade.

O descontrole dos mercados, a enlouquecida e enlouquecedora livre circulação do capital financeiro, a destruição ambiental pela mercantilizaçao do mundo, a crise energética e a crescente militarização da agenda política das nações são alguns exemplos.

Belém terá a oportunidade de presenciar e formular algumas das primeiras grandes sínteses da esquerda mundial sobre as crises que marcam o início de 2009: crises econômica, política, ambiental e energética. E isso num ambiente mundial bastante diferente daquele que marcou o nascimento do Fórum. Essa novidade, por si só, já representa um grande desafio para o movimento que, ao recusar as políticas e princípios da globalização neoliberal, lançou idéias e propostas que hoje já não recebem o rótulo de anacrônicas.

O anacronismo, hoje, se mudou para as montanhas frias de Davos.As vozes da AmazôniaO novo, como se sabe mais do que nunca neste início de 2009, estará reunido em Belém, de 27 de janeiro a 1º de fevereiro. Durante seis dias, milhares de pessoas estarão reunidas na região amazônica para o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um mundo, mais solidário, democrático e justo.As vozes, cores, línguas e sons da Amazônia, os povos originários e tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias excluídas, serão uma prioridade política no Fórum Social Mundial 2009.

Pensando na participação de grupos e organizações destes povos foi criado um Fundo de Solidariedade para garantir a presença em Belém. O fundo é financiado por organizações internacionais e nacionais e ajudará a garantir uma participação equilibrada de organizações e entidades de países que historicamente não faziam parte do processo Fórum.Em 2009, a mobilização indígena deverá ser a maior da história do Fórum Social Mundial. Belém será destino de cerca de 3 mil indígenas de todo o mundo. Cerca de 27% do território amazônico, formado pelos nove países da Pan Amazônia, é ocupado por terras indígenas e 10% de toda a população da América Latina, o equivalente a 44 milhões de pessoas, é composta por 522 povos tradicionais de diferentes etnias.

São crianças e adultos que sofreram perdas irreversíveis provocadas pelo capitalismo neoliberal predatório, impulsionado pela expansão das atividades de empresas multinacionais sobre as reservas indígenas. Essa realidade, assim com a campanha mundial em defesa do planeta, está no centro da agenda destes povos no FSM 2009.No Peru, por exemplo, das seis mil comunidades que habitam a Amazônia Andina, três mil estão ameaçadas pela exploração mineral realizada por empresas como a multinacional brasileira Vale. Nancy Iza, da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), que reúne movimentos indígenas de toda Pan

Amazônia, alerta: “A mineração é atualmente o maior e mais grave problema enfrentado pelos povos da região Andina, que além de perder seus territórios já desertificados e improdutivos, onde os leitos de muitos rios foram desviados de seu curso normal, ainda convivem com as doenças provocadas pela substancia tóxica do mercúrio (utilizado na atividade mineral) que contamina o solo e as águas”.Esse é um exemplo dos debates que a cidade de Belém viverá nos próximos dias. Enquanto isso, os patrocinadores do Fórum de Davos seguirão tentando explicar o que deu errado nos últimos anos. E, sobretudo, tentarão formular teorias para entender como o “novo” tornou-se “arcaico” e como aquilo que era apresentado como “velho” e “inimigo da modernidade” hoje representa a agenda de novidades que podem salvar o planeta de uma crise de proporções ameaçadoras.

BRASIL EDUCAÇÃO - DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA - ARTIGO DA UOL SAÚDE (mais de 600 acessos)

DEPRESSÃO: O TRANSTORNO MENTAL QUE ASSOMBRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
por Roberto Giancaterino*

O termo Depressão pode significar um sintoma que faz parte de inúmeros distúrbios emocionais sem ser exclusivo de nenhum deles, pode significar uma síndrome traduzida por muitos e variável sintomas somáticos ou ainda, pode significar uma doença, caracterizada por marcantes alterações afetivas (Cass, 1999). Apesar de ser bem mais comum em adultos, estudos populacionais mostram que cerca de 20% das crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos têm algum transtorno mental diagnosticável. Em relação à depressão especificamente, estima-se que a doença atinja, nos Estados Unidos, 0,9% das crianças em idade pré-escolar, 1,9% em idade escolar e 4,7% dos adolescentes (Cândida 2005).

Este mal atinge inclusive as crianças e adolescentes. A rotina que as crianças têm a cumprir pode ser um desgaste não apenas físico, mas também, mental, que começa, desde cedo, a exigir demais de si mesmos; excesso de atividades também é um dos causadores do stress na classe média e, na classe menos favorecida, também, tem situações desgastantes como: trabalhar para ajudar os pais, cuidar dos irmãos menores, ir para a escola com fome, ter que tirar boas notas sem contar com ninguém para ajudar nas tarefas escolares e vários outros fatores que acarretam o strees, que pode culminar na depressão infantil. Embora na maioria das crianças a sintomatologia da Depressão seja atípica, alguns podem apresentar sintomas clássicos de Depressão, tais como tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono ou, por outro lado, problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual (Ballone, 2005)
Na criança e adolescente a Depressão, em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade (Ballone, 2005). Apesar da grande relevância da depressão na Infância e na Adolescência às dificuldades de aprendizagem na escola, no trabalho e no ajuste pessoal, não tem sido devidamente avaliado pela família nem adequadamente diagnosticado pelos médicos.

Conforme Meleiro (2000) a depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comuns na prática médica. Estima-se que cerca de 9% dos homens irão apresentar alguns de seus sintomas em algum momento ao longo de suas vidas. Entretanto estar subestimada, visto que a taxa de depressão não detectada e não tratada pode se mais elevada, especialmente em populações específicas como a de idosos (10%), a de pessoas com doenças físicas (20% a 50%) nas quais os pacientes podem atribuir, inadequadamente, os sintomas depressivos à própria doença orgânica”.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da depressão, como irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da realidade brasileira, esse número cai para 10% segundo o psiquiatra gaúcho Salvador Célia, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de pediatria, afirma, porém, que se não houver intervenção médica, essas crianças são fortes candidatos a tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida (Leite, 2002).

Ainda na visão de Meleiro (2000) a depressão é um dos maiores problemas de saúde do mundo. De uma forma ou outra, cerca de 17% da população tem um ou mais episódios de depressão suficientemente grave durante sua vida. Para a maioria das pessoas, esses episódios são relacionados a algum acontecimento adverso, como a morte de uma pessoa próxima, a perda de um emprego, a falta temporária de perspectivas, o sofrimento com doenças crônicas, etc.

Para Jeffrey (2003) a depressão é um distúrbio cíclico, com períodos de alívio ou bem-estar alternando-se com períodos apenas de depressão ou de depressão mania. Às vezes há apenas um episodio de depressão, mas na maioria dos casos, particularmente com crianças, ocorre mais de um. A depressão pode ser considerada uma doença que vem abrangendo grande parte da população, a qual precisa aprender a conviver com este mal e procurar desenvolver mecanismos para combater os problemas gerados pela mesma. Destaca-se ainda que, a doença interfere na habilidade pessoal de trabalhar, dormir, se relacionar, comer, de gostar de atividades antes consideradas prazerosas, circunstâncias estas que não ocorrem com as pessoas que não apresentam esta doença. Existem várias pesquisas que buscam encontrar algum determinante em termos de herança genética para que uma pessoa manifeste "depressão". O que se percebe através de pesquisas realizadas é que mesmo que exista uma predisposição genética, isto por si só não determina a ocorrência de uma crise depressiva. (Gasparini, 2000).

A história do indivíduo está ligada a forma como ele se constitui e desenvolve sua maneira de ser. A pessoa que apresenta um quadro depressivo, por diferentes motivos, ao longo de sua vida aprende a não perceber seus próprios limites. Deixa de lado sua capacidade de identificar suas necessidades e sentimentos, e se perde num emaranhado de introjeções. Gasta muita energia para obter um pouco de gratificação. Na relação com o mundo o indivíduo não consegue se nutrir emocionalmente de maneira adequada, o que leva gradativamente a uma falta de sentido na relação com o meio externo (Marcelo, 2005).

É importante ressaltar ainda que pessoas gravemente deprimidas podem tirar a própria vida. Enquanto a maior parte delas guarda os seus pensamentos consigo mesma até cometerem o ato, outras, na verdade, realmente falam sobre eles com amigos e familiares. Parentes e amigos precisam levar as ameaças de suicídio a sério, e não vê-las como meros subterfúgios para chamar a atenção.
Roberto Giancaterino*

Pós-Doutorado em Educação, Doutor em Filosofia e Mestre em Ciências da Educação e Valores Humanos. Filósofo, Físico, Matemático e Pedagogo.

INTERNACIONAL: CUBA DE OLHOS BEM ABERTOS

Cuba: um caso especial no qual Obama deve estar de olhos bem abertos
(*) Jorge G. Castañeda

Diante da desastrosa violência e do desfazer da esperança de paz em Gaza, da tóxica crise financeira mundial e sua penetração na economia real em toda parte e em todos os níveis, o presidente eleito Barack Obama claramente tem outras coisas mais importantes com que se preocupar do que a América Latina.Ele deve manter o olho no México, que é importante e problemático demais para ser ignorado, mas o restante do hemisfério provavelmente receberá mais "negligência benigna" do que a atenção que merece.

Cuba, entretanto, é um caso especial. Por três motivos: primeiro, Obama tem insistido em mudar a política americana em relação a Havana, porque a abordagem do último meio século fracassou. Segundo, a saída de cena gradual ou súbita de Fidel Castro inevitavelmente criará uma nova conjuntura crítica na ilha. E terceiro, certo ou errado, a maioria dos governos da região colocou a suspensão do embargo e a normalização dos laços entre os Estados Unidos e Cuba no topo de suas agendas com o novo governo.

Mas o que ele pode fazer exatamente?Se Obama suspender o embargo unilateralmente, ele diria tacitamente a Fidel e/ou Raúl Castro e ao restante da América Latina que os direitos humanos e a democracia em Cuba não são da sua conta -uma decisão infeliz segundo todos os pontos de vista. Além disso, ele precisaria de 60 votos no Senado -o que, no momento, ele não tem, a menos que obtenha um quid pro quo cubano explícito de reformas econômicas, o que Raúl Castro não pode lhe conceder, independente de seu irmão Fidel estar vivo ou morto.

Mas se Obama limitar a mudança, por ora, a apenas permitir a livre remessa de dinheiro e visitas de parentes à ilha, isso simplesmente devolveria a situação para onde estava sob o governo de Bill Clinton -sem dúvida uma melhora, apesar de pequena, em relação ao governo Bush.E finalmente, se ele tornar a abertura política uma pré-condição para o restabelecimento de relações diplomáticas e comerciais plenas, ele estaria perseguindo a política que seus últimos 10 antecessores seguiram infrutiferamente.Entretanto, pode haver uma saída. Ela começa com um fim unilateral do embargo, no sentido de que não se espera e nem se exige que o regime cubano faça algo em troca.

Mas uma contrapartida para aplacar o Congresso, e colocar as questões certas na mesa, poderia permitir a Obama manter suas promessas: em troca da remoção do embargo por Obama, os principais países latino-americanos -Brasil, Chile e México- se comprometeriam a apoiar e buscar ativamente um processo de normalização entre Washington e Havana que inclua democracia representativa e respeito pelos direitos humanos em Cuba.

Os cubanos obtêm algo que dizem que querem (apesar de muitos observadores terem suas dúvidas): um fim incondicional para o embargo, o início do processo de negociação e talvez até mesmo acesso aos fundos das instituições financeiras internacionais, que precisam desesperadamente.Os latino-americanos têm o que desejam: uma grande concessão do novo governo, em uma questão altamente simbólica, sensível e conflituosa.

Os defensores dos direitos humanos na América Latina e em outras partes do mundo poderiam ficar satisfeitos pelo fato de suas preocupações, assim como as da comunidade cubana no exterior (incluindo Maria Victoria Arias, uma influente advogada imigrante cubana e esposa do irmão de Hillary Clinton, que se descreve como defensora do embargo), em relação a eleições livres, liberdade de imprensa e associação, e a libertação dos prisioneiros políticos, estarem sendo levadas em consideração.

Isso poderia transcorrer, se não no início, em algum momento combinado.Obama foi ótimo, já que mudou a política durante sua campanha e obteve muito em troca: o compromisso dos principais países latinos com os princípios que ele prega, apesar da relutância tradicional deles em se envolverem nos supostos assuntos domésticos de outro país.E até mesmo os poucos republicanos moderados (cujos votos o novo presidente precisaria) poderiam proclamar fidelidade à sua posição tradicional: a de que os Estados Unidos não cedem algo por nada.

De fato, o país obteve um compromisso claro e público de líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Michele Bachelet, do Chile, e Felipe Calderón, do México, a um processo de normalização que não seguiria a trajeto vietnamita de reforma econômica sem reforma política, ou mudança de regime.Brasília, Santiago e a Cidade do México seguiriam um acordo desses? Talvez não, mas não se perde nada tentando. Esses países dificilmente continuariam pedindo por um fim do embargo e pela volta de Cuba ao grupo do continente caso Washington concordasse em fazer isso, pedindo apenas que seus vizinhos e aliados latino-americanos mantivessem os princípios que eles mesmos juraram respeitar, em suas próprias Constituições, práticas e acordos internacionais.

Os cubanos concordariam com esse arranjo? Isso é mais difícil: quase certamente não enquanto Fidel estiver vivo; e talvez nem mesmo depois. Então Obama teria suspenso o embargo e renunciado ao que muitos consideram -erradamente, se olhar para história- a única influência americana, sem nada em troca. E os latino-americanos poderiam lavar as mãos em relação ao assunto, argumentando que fizeram o que puderam.Mas por outro lado, ninguém poderia fingir que a culpa pelo conflito no Estreito da Flórida é somente do norte.E se a suspensão do embargo -e consequentemente todas as proibições a viagens em ambas as direções, a informações e remessas de dinheiro, assim como da discussão da questão da compensação por propriedades confiscadas- forçar Cuba a abrir sua sociedade, diferente do Vietnã e da China, isso já valeria a pena.(Jorge G. Castañeda é o ex-ministro das Relações Exteriores do México, professor eminente global da Universidade de Nova York e membro da Fundação Nova América.

(*) Autor ou co-autor de oito livros, incluindo sua aclamada biografia sobre o líder guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, "Che Guevara -A Vida em Vermelho" (Companhia das Letras, 1997), "Perpetuating Power: How Mexican Presidents Were Chosen" (2000), "Somos Muchos: Ideas para el Mañana" (2004) e o mais recente, "Ex Mex: From Migrants to Immigrants" (The New Press, 2008). Seus ensaios e comentários aparecem na revista "Foreign Affairs", no "The New York Times" e "The Atlantic Monthly".). Tradução de: George El Khouri Andolfato.

INTERNACIONAL: AS PRIMEIRAS MEDIDAS ANTI BUSH DO OBAMA

Os decretos assinados pelo presidente Obama ontem

1. Prisão de Guantánamo- Ordena o fechamento do centro de detenção em no máximo um ano- Estabelece um processo de revisão das condições legais dos detentos para viabilizar a medida- Construída em 2002, a prisão abriga hoje cerca de 245 detentos da "guerra ao terror", sendo que 60 deles já poderiam ter sido libertados; o decreto não determina, porém, o que será feito deles e se, onde e como serão processados

2. Política de detenção- Cria uma força-tarefa especial copresidida pelo secretário de Justiça e pelo secretário da Defesa para estabelecer opções de políticas para detenção, julgamento, transferência e soltura de detentos [no exterior] no futuro- Fará a revisão do status de "combatente inimigo ilegal" criado pelo governo Bush para enquadrar os detentos da "guerra ao terror", mantidos à margem da Convenção de Genebra; o decreto não esclarece, porém, se será criado novo status e com que garantias

3. Práticas de interrogatório- Revoga ordem executiva que flexibilizava interpretação da Convenção de Genebra- Enquadra práticas de interrogatório no Manual Militar de Campo, o qual proíbe ameaças, coerção, abuso físico e simulação de afogamento- Invalida medidas adotadas sobre o tema pelo governo entre 11 de setembro de 2001 e 20 de janeiro de 2009- Ordena que a CIA feche todos os centros de detenção sob sua responsabilidade no exterior e proíbe a agência de inteligência de mantê-los no futuro- Cria força-tarefa para revisar as práticas previstas pelo Manual Militar de Campo- Pretende reverter os abusos praticados no governo Bush em interrogatórios; revisão do Manual Militar de Campo pode, no entanto, alargar as práticas hoje previstas no texto; segundo funcionários do governo, há também brechas para que a CIA, que manterá prerrogativa de fazer detenções no exterior, volte a manter prisioneiros em casos excepcionais, por ordem presidencial

4. Ali al Marri*- Ordena a revisão do status do único preso da "guerra ao terror" mantido em solo americano, numa base naval na Carolina do Sul- Atualmente Marri, do Qatar, é considerado "combatente inimigo ilegal"

*Item não contemplado em ordem executiva, mas num memorando presidencial
da Folha de São Paulo

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OLHADA RÁPIDA NOS PRINCIPAIS JORNAIS DO BRASIL

Aproveite de dar uma olhada rapidinha nas principais notícias dos jornais de maior circulação do Brasil. FAÇA UM CLIC ACIMA.

CENTRAL DE ATENDIMENTO DO NAVEGAPARÁ JA ESTÁ FUNCIONANDO



Depois de 2 anos de atividade o Governo do Estado coloca em operação o maior programa de comunicação digital. O Programa NAVEGAPARÁ. As ações do estado ganharão maior competitividade e criará externalidades positivas em todas as áreas do Governo e nos diversos segmentos da sociedade.


NAVEGA PARÁ DISPONIBILIZA SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL POR MEIO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


O Governo do Estado do Pará estabeleceu a inovação como um de seus macro-objetivos para o desenvolvimento regional, definindo em seu Plano Plurianual (2008-2011) a área de Ciência, Tecnologia e Inovação como elemento estratégico de um novo modelo de desenvolvimento que combine o uso e a preservação da diversidade biológica, territorial e cultural da região com as preocupações pela garantia de uma melhor distribuição de renda e condições de vida mais adequadas à população.

"Um povo não pode ser livre sem acesso à informação e à educação. É isto que estamos fazendo com o NAVEGAPARÁ: possibilitando o acesso à educação. Por isso, mais do que um projeto de inclusão digital, este é um programa de inclusãosocial", disse Ana Júlia.

Nesse contexto, a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia – SEDECT e a Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará - PRODEPA, por meio do NAVEGAPARÁ - Programa de Democratização do Acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação –, põem à disposição da sociedade o mais ambicioso projeto de integração e inclusão digital já realizado no país.

Metrobel. Utilização da rede de fibra óptica metrobel para interligar, por internet de alta velocidade, cerca de 300 unidades administrativas. Principais áreas beneficiadas: segurança, saúde e educação.

Infovias. Interligação do Estado a partir da interligação dos principais órgãos públicos (inclusive das prefeituras), a partir de convênio para utilizar 1.800 quilômetros de fibra óptica da Eletronorte. As infovias são uma rede macro de transmissão, da qual é necessário baixar o sinal para que esta rede se transforme em serviços públicos.

Cidades Digitais. São constrtuções de pequenas redes para que se baixe o sinal da Eletronorte, interligando os principais órgãos públicos (federais, estaduais e municipais), como escolas, hospitais e delegacias.

Infocentros Públicos. Serão construídos Infocentros ao longo de 13 municípios, disponibilizando internet de alta velocidade para 2 milhões de pessoas do interior.

Telecentros. Centros de computadores que viabilizarão ações de telemedicina, teleeducação, teleconferência e telenegócios ao longo dede 1.800 quilômetros de fibra da Eletronorte.
A opinião da maioria dos paraenses é que este programa demorou demais para começar a operar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Até que em fim o WC Office







DEU NA FOLHA - Gasto do Pará com viagens sobe 30% e atinge R$ 95 mi

Despesas paraenses com diárias superam as de Estados com mais servidores, como Minas
Governo da petista Ana Júlia diz que o aumento reflete a "maior presença" em áreas estratégicas e abandonadas, como a ilha de Marajó

JOÃO CARLOS MAGALHÃESDA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Os gastos do governo do Pará com viagens no ano passado foram os mais altos da década e superaram, em 2008, as despesas nesse mesmo quesito da maioria dos órgãos do governo federal e de Estados como Minas Gerais, que tem mais que o dobro de servidores.

Dados da Secretaria Estadual da Fazenda indicam que, até novembro de 2008, a administração paraense, que emprega 210 mil pessoas, gastou R$ 95,1 milhões com diárias de civis e militares, passagens e locomoção de seus funcionários que viajam a trabalho.Para efeito de comparação, o governo mineiro, com cerca de 504 mil funcionários, gastou R$ 92,2 milhões no período.São Paulo teve o triplo de despesas (R$ 306 milhões) com as mesmas rubricas. Mas, proporcionalmente, elas também são inferiores às do Pará, já que o governo paulista tem quase cinco vezes o número de funcionários do governo paraense.

Os gastos do ano passado representam um salto de 30% em relação a 2007. Naquele ano, o primeiro da administração de Ana Júlia Carepa (PT), as viagens custaram R$ 73 milhões. Antes, o recorde pertencia a 2005, penúltimo ano de Simão Jatene (PSDB) à frente do governo -R$ 82,4 milhões.

Se comparadas com os gastos em viagens do governo federal, as despesas do Pará só estão atrás de quatro pastas: Defesa, Educação, Justiça e Saúde.Elas ganham da Câmara dos Deputados (R$ 80,1 milhões), da Presidência (R$ 55,7 milhões) e da Justiça Eleitoral (R$ 35,1 milhões).A maior parte das despesas paraenses com viagens veio das diárias: R$ 55,7 milhões. Devem pagar alimentação, hospedagem e transporte nos locais onde o servidor está.

Já os gastos com passagens e locomoção (como aluguel de carros) ficaram em R$ 39,3 milhões.O total desses custos é, por exemplo, mais da metade do que o Estado gastou com serviços hospitalares, odontológicos e laboratoriais, segundo o balancete de novembro da Secretaria da Fazenda.A assessoria do governo afirma que a principal justificativa para esse aumento é a "maior presença" em áreas estratégicas e historicamente abandonadas, como ilha de Marajó e Tailândia (PA), uma das cidades recordistas em desmatamento. Além disso, houve reajuste no valor das diárias -que a assessoria não soube precisar.

Para Hélio Janny Teixeira, especialista em administração pública e professor da USP, as diárias são, em geral, "um problema clássico" de gestão de recursos. "Há muita dificuldade em controlá-las, o que as torna sujeitas a fraude." Ele, no entanto, aprovou a técnica usada pelo governo paraense, que tem uma tabela de diárias fixas em vez de compensar os gastos dos funcionários por meio da apresentação de notas fiscais."Um dos maiores problemas é que, como no poder público os salários são muito baixos, tudo acaba virando compensação salarial", afirmou o professor.

BOM, ESSA EXPLICAÇÃO É MAIS ACEITÁVEL DO QUE A FORNECIDA PELO GOVERNO DO ESTADO.
Nesse caso devemos concordar que o Governo da Ana Julia tem-se esforçado em realizar investimentos sociais, aumentado os salários dos funcionários do Estado, utilizando as rubricas das diárias e também aumentado o número de funcionários o que todo faz supor trará como resultado uma melhoria na competitividade das ações do governos. Vamos ver.....

Entre as pessoas que mais receberam diárias do governo paraense está a atendente do Detran de Belém Luiza Antonia Rachid Miranda. Ela ganha cerca de R$ 900 por mês, mas no ano passado recebeu R$ 47,7 mil em diárias.

EU VIAJO, TU VIAJAS NÓS VIAJAMOS.......

Objetivo é atender regiões isoladas, afirma governo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O governo do Pará afirmou ontem que o aumento dos gastos com custeio de viagens é decorrente de uma política de fortalecer a presença estatal em regiões antes "abandonadas".
Com isso, disse o chefe da Casa Civil do governo, Cláudio Puty, há uma maior demanda de técnicos e policiais nesses lugares. As funções deles, disse, vão de operações de emergência na área da segurança pública ao trabalho de regularização fundiária.

"Todo mundo fala que não existe Estado na Amazônia. Estamos fazendo isso", disse. Segundo ele, os dados sobre viagens só vieram a público pois o governo criou o portal Transparência Pará e
"fortaleceu a Auditoria Geral".

No Detran, a assessoria do diretor disse que ele estava em uma reunião e não poderia falar com a reportagem.

Secretário de Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro disse que devolveu cerca de R$ 10 mil, relativos a viagens marcadas e não realizadas, e que avisou a Auditoria Geral que o montante deveria ser alterado. Maria de Belém de Nazareth Gomez não foi localizada.

ZONEAMENTO ECONÔMICO ECOLÓGICO SAI DO PAPEL

Entra em vigor zoneamento ecológico no oeste do Pará

BELÉM (PA) - O Diário Oficial do Estado publicou, em sua edição de ontem, a lei nº 7.243/2009, que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico da área de influência das rodovias BR-163 (Cuiabá/Santarém) e BR-230 (Transamazônica) no Estado do Pará. Conforme relata a reportagem de Frank Siqueira, na edição de hoje do Diário do Pará, a lei do ZEE Zona Oeste, como é denominado o zoneamento e sancionada pela governadora Ana Júlia Carepa, pretende fomentar atividades produtivas com sustentabilidade naquela região.

A lei, constituída de 18 artigos, foi concebida pelo Governo do Estado como um instrumento de orientação ao planejamento, de gestão e ordenamento territorial para o desenvolvimento sustentável, de melhoria das condições socioeconômicas das populações locais e de recuperação dos serviços ambientais dos ecossistemas naturais da região.

De acordo com a Secretaria de Projetos Especiais do Estado (Sepe), o ZEE Zona Oeste do Pará contempla nada menos que 19 municípios. Somadas, as áreas contempladas pelo ZEE Zona Oeste nos municípios totalizam 334.450 quilômetros quadrados, que correspondem a uma vez e meia o território do Estado de São Paulo e a 27% do território paraense.

Naquela região vive hoje uma população estimada em cerca de um milhão de habitantes. Através do ZEE Zona Oeste, conforme destacou ontem a Secretaria de Projetos Estratégicos, o Governo do Estado propõe um novo modelo para harmonizar a produção econômica com a gestão ambiental, em conformidade com os princípios definidos na lei 6.745/2005, que instituiu o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará.

BELÉM: A VIOLÊNCIA NÃO PODE SER ESQUECIDA JÁ QUE REVELA FALTA DE POLÍTICA SOCIAL

Violência cresce 21,03% em Belém; Guamá está na ponta (Diário do Pará)

Quando se reportam atos de violência e criminalidade as explicações da SEGUP apontam a que esta afeta, principalmente, à chamada classe média, o que é perfeitamente explicável, já que este segemento conta com algúm recurso e não com a proteção das autoridades oficiais e a classe alta. Os bandidos que robam celulares, carteiras e realizam sequestro relâmpago, procuram procuram justamente esse perfil de pessoas. Veja os índices dos assaltos acontecidos nos últimos meses e confirma essa simples conclusão.

O pouco efeito de uma pólítica social traz como resultado a criminalidade e a violência, claro que outros fatores também intervem.

BELÉM (PA) - Em coletiva realizada na tarde de ontem no prédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou os números de uma pesquisa que apontou o crescimento da criminalidade na cidade de Belém nos últimos anos. Em 2007, 105.993 ocorrências policiais foram registradas, contra 128.288 em 2008, um crescimento de 21,03% em apenas um ano.

De 2006 para 2007, as ocorrências policiais cresceram apenas 3,26%. Crimes violentos como homicídios, latrocínios, estupros, extorsão e roubo somaram 33.405 casos em 2007. Ano passado, estes números chegaram a 46.154, um crescimento de 38,16%. Entre os bairros mais violentos, aparece o Guamá na primeira posição, com registro de 5.558 roubos em 2007 e 7.076, em 2008. Ano passado, o bairro do Jurunas ficou em 2º lugar com 5.193 casos e em 3º lugar o bairro do Coqueiro, com 5.088 números de roubos.Em 2008, 2.340 carros foram furtados ou roubados. Em 2007, este número era de 1.901, um crescimento de 23,09%.De 2005 para 2006, o número de roubos e furtos de carro havia caído 17%.

O sequestro relâmpago, conhecido como "saidinha", teve 34 casos registrados em 2007. Em 2008, esse numero caiu para 28.As ações policiais também foram pesquisadas. Em 2007, 46.812 procedimentos policiais foram realizados. Em 2008, este número subiu para 51.549, um crescimento de 10%. Em 2007, 13.250 prisões foram efetuadas contra 16.583 em 2008, um crescimento de 25,15%. Para o coordenador do Dieese-Pa, Roberto Sena, a situação pode se agravar ainda mais este ano."Estamos com um grande problema de insegurança em alguns pontos da cidade, mas o combate está acontecendo", diz. O secretário estadual de segurança, Geraldo Araújo, afirma que os números são preocupantes. "Esses números servem para direcionar as nossas ações. São números que preocupam.

As polícias Militar e Civil estão direto nas ruas. Os dados ainda serão estudados. Temos que correr para a direção certa para que a violência seja contida". Como estratégia de combate à criminalidade, Araújo garante que a inteligência da polícia deve ser aprimorada com investimentos. (Diário do Pará)

CONCEIÇÃO TAVARES: ESQUEÇAM O BANCO CENTRAL, SEUS MEMBROS PRESTARAM UM DESSERVIÇO AO PAÍS

DA REVISTA CARTA MAIOR

O consenso nacional para derrubar a taxa de juro, unanimidade que agora arregimenta até conservadores de carteirinha, chegou tarde demais, na opinião da economista Maria da Conceição Tavares. Ela acredita que o BC irá fazê-lo em gotas de sereno, a partir de janeiro de 2009, quando esse simbolismo já não terá mais capacidade de reverter a dinâmica deflagrada pela crise.

Expectativas pessimistas e revisões em planos de investimento puseram-se em marcha ao longo da omissão persistente da política monetária comandada por Henrique Meirelles nos últimos anos. A ortodoxia encastelada no BC fez a sua escolha. E a cumpriu com fidelidade.

“O Brasil não pode mais contar com o BC”, diz Conceição. Seus membros prestaram um desserviço ao país para servir ao rentismo, que os ancora e protege.“A partir de agora, o Banco Central tornou-se uma peça menor no xadrez econômico”, resume e prossegue calmamente. “Reduziu-se a um estorvo apenas; uma irrelevância diante dos fatos, das urgências e das possibilidades que se colocam para a economia e o governo. Essa gente já não consegue mais sequer me provocar indignação, apenas cansaço”.

O tom sereno do diagnóstico não é usual, por isso mesmo soa mais forte que pancada. Vindo de quem vem, não poderia haver manifesto de desprezo mais contundente a uma esfera de governo que se fez obsoleta para os interesses do país. A professora, como Maria da Conceição é tratada carinhosamente pelos seus admiradores, discípulos e ex-alunos, e até por adversários, não costuma poupar decibéis na defesa de idéias sempre vigorosas. Que o faça agora em tom plano é um sintoma eloqüente do menosprezo que atribui à instituição e à política monetária nas questões decisivas dos próximos meses.

A grande batalha que mobiliza a professora nesse momento, tão difícil quanto foi a do juro, envolve uma conseqüência que faz enorme diferença: perder desta vez seria definitivamente fatal. Evitar esse desfecho é o propósito que devolve a determinação costumeira à sua voz.

“Fortalecer o emprego e o poder aquisitivo do povo; em torno disso acontecerá a batalha decisiva para vencermos ou não a travessia de 2009”. É assim que ela define o que está em jogo na economia e na política de agora em diante. “Portanto, meu Deus”, e aqui está de volta a oratória envolvente da decana dos economistas brasileiros, “os que falam em cortar gasto de custeio que me perdoem, não sabem do que estão falando. Política social também é custeio. E se não é tudo, talvez seja o único grande trunfo que o governo controla, a partir do qual poderá agir com eficácia e rapidez diante da crise”.

Gastar mais na esfera social, no seu entender, é a injeção de adrenalina capaz de preservar a atividade, o emprego e o poder aquisitivo; ao menos naquele pedaço do Brasil que escapou da linha da pobreza durante o governo Lula e hoje agiganta o mercado interno, proporcionando ao país uma variável que o distingue na resistência ao colapso econômico mundial. Sim, isso poderia incluir até a antecipação de reajuste do salário mínimo, “como propõe o Carneiro”, diz Conceição.

“Mas veja bem, estamos diante de uma questão política, não uma unanimidade tardia como parece ser a do juro hoje. Ampliar a despesa social é o que pensamos nós, economistas heterodoxos, assim como dizíamos há meses – anos - que era preciso baixar os juros. Mas por enquanto não há consenso sobre isso; talvez nem dentro do próprio governo. É uma corrida contra o tempo, motivo pelo qual insisto: o gasto de custeio social é a nossa chance de defender o país contra o desemprego e a recessão. Mesmo assim serão tempos difíceis”.

Não se trata apenas de vencer um percurso econômico. Conceição antevê nessa travessia a prefiguração do teste eleitoral a que será submetido um projeto que ela ajudou a construir nos últimos anos. Na verdade desde antes quando, jovem ainda, iniciou-se no BNDES e elegeu Celso Furtado e o projeto de desenvolvimento nacional como bússola histórica de sua vida e de sua profissão.

A professora Maria da Conceição é amiga de longa data da ministra Dilma Roussef, possível candidata do PT à sucessão do Presidente Lula. Conceição também já foi próxima de José Serra, candidato declarado da oposição no embate sucessório de 2010. Mas Conceição não tem dúvida de que lado estará então. “Serra não é um neoliberal; é bom que se diga e que não se confunda”, antecipa em tom sério. “Conheço ambos. A diferença entre Dilma e o Serra é que a visão da Dilma é mais consistente do ponto de vista histórico. Dilma escolheu o lado que pode apoiar um projeto de desenvolvimento para o Brasil no século XXI. E isso faz toda diferença. Entre o desenvolvimentismo de boca, do Serra, e o projeto ao qual Dilma pertence, eu não tenho dúvida de que lado fica a consistência histórica. E arremata: “Sim, Serra se opunha ao Malan no governo FHC. Mas Serra não se opôs às privatizações nem à política fiscal, concebida por gente da sua influência. Dilma é mais consistente. E não se trata apenas de superioridade no manejo econômico. Sua visão da economia tem uma contrapartida social coerente; e uma contrapartida de democracia consistente”.

Com um sorriso de entusiasmo, a professora comemora a notícia de que o PT , junto com a Fundação Perseu Abramo, criará uma Escola de Formação Política. “A agenda neoliberal contaminou toda sociedade; claro, também alcançou esferas do partido”, explica. “A crise econômica coloca esse pensamento em xeque e abre espaço para o PT retomar seu programa dos anos 94 e 98. Era um bom programa de reformas para o Brasil”, comenta, mas sem saudosismo - “perdemos com um bom programa, sempre é bom lembrar“. E aconselha como se fosse ao mesmo tempo cronista eqüidistante e personagem do mesmo enredo: “O PT precisa submeter seus projetos e ideais à nova realidade mundial. Isso requer estudo e reflexão.

Essa crise não é como a de 30. É uma crise de paradigma, inclusive de paradigma industrial, o que não ocorreu em 30. É muito sério. Portanto, é hora de refletir, esclarecer, debater. O partido deve fazer isso sem perder a serenidade”, pontua preocupada: “Existe o horizonte político amplo, mas uma proposta de governo tem que oferecer respostas condicionadas às circunstâncias do país, agravadas pela crise mundial”.

NO BRASIL, QUEDA NAS TAXAS DE JURO : CONDIÇÃO PARA CRESCER - IPEA

IPEA: É preciso derrubar os juros

É preciso que PIB cresça mais de 4% para que desemprego não aumente, mostra IpeaPriscilla MazenottiRepórter da Agência BrasilBrasília - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro precisa crescer mais de 4% este ano para que a taxa de desemprego não aumente. É o que prevê uma projeção apresentada hoje (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre as possíveis repercussões da crise internacional no Brasil.

No estudo foram apresentadas três simulações de crescimento do PIB para este ano e os reflexos nas taxas de emprego e desemprego. No primeiro, o mais otimista, com o PIB de 4%, haveria a criação de 1,3 milhão de novos postos de trabalho. Mas, 154 mil pessoas aumentariam a taxa de desemprego.

No cenário mais pessimista, o que prevê o crescimento de apenas 1% no PIB, seriam mais 320 mil postos de trabalho contra um total de 1,126 milhão de novos desempregados. Na perspectiva de crescimento de 2,5%, seriam gerados 800 mil empregos e 806 mil novos desempregados.O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, disse que as medidas tomadas pelo país até o momento estão no caminho certo, mas não são suficientes para que o Brasil ultrapasse os 4% de crescimento.

“Todas as simulações que temos feito indicam que um crescimento inferior a 4% implicará numa possível inflexão nessa trajetória positiva que o Brasil vinha registrando”, disse.Para ele, é preciso haver uma redução drástica da taxa de juros, que hoje está em 13,75%, em até quatro ou cinco pontos percentuais.

“Os juros reais estão muito elevados. Isso não contribui para criar uma expectativa de maior investimento e da defesa do emprego e da produção nacional. A taxa de juros que temos hoje está inadequada para uma conjuntura de crise”, disse.Pochmann, no entanto, evitou fazer previsões quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que amanhã (21) deve anunciar a nova taxa de juros.

“O Copom saberá tomar a decisão olhando justamente o cenário de crise que temos hoje, e a expectativa de interrompermos a trajetória que estamos vivendo se não tiver crescimento econômico considerável”, disse.

OBAMA ASSUME E SUSPENDE MEDIDAS DO GOVERNO BUSH

Obama assume e suspende regulações pendentes da administração Bush e julgamentos de Guantánamo

O novo governo de Barack Obama, empossado ontem (20) presidente dos Estados Unidos, pediu já na terça-feira que todas as agências e departamentos federais interrompam qualquer processo de regulamentação até que sejam feitas revisões.

DEPOIS DA POSSE

"Nesta tarde, o chefe-de-gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, assinou um memorando enviado a todas as agências e departamentos pedindo que interrompam todas as regulamentações pendentes até que uma revisão legal e de

diretrizes possa ser conduzida pelo governo Obama", disse a Casa Branca em comunicado horas depois da posse de Obama.

A revisão é uma ferramenta comumente usada por uma nova administração para atrasar as chamadas regulações tomadas na calada da noite, chamas nos EUA de "regulações da meia-noite", por ex-presidentes entre a eleição e o dia da posse.

Essas regulações têm sido amplamente usadas por ex-presidentes recentes, incluindo o democrata Bill Clinton, o republicano George H. W. Bush e, mais recentemente, seu filho George W. Bush.

O DISCURSO

Regras tardias e controversas formuladas pelo agora ex-presidente Bush incluem a permissão para o porte de armas escondidas em alguns parques nacionais e a retenção de verbas para instituições de saúde que discriminem médicos e enfermeiras que se recusem a trabalhar em abortos ou na distribuição de anticoncepcionais com base em credo religioso.

A lei federal exige um período de 60 dias até que qualquer importante mudança regulatória entre em vigor, de modo que alguns presidentes tentam publicar o maior número de regulamentações possíveis para assegurar que elas já estejam valendo antes da posse do novo presidente, em 20 de janeiro.

GUANTÁNAMO

Barack Obama também solicitou na noite desta terça-feira a suspensão temporária nos julgamentos militares de cinco acusados de terrorismo na base de Guantánamo, em Cuba. O pedido foi feito por Obama e por seu secretário de Defesa, Robert Gates, e deverá ser analisado por juízes militares ainda nesta quarta-feira. A solicitação foi feita horas antes do início das audiências de cinco acusados de terem ligações com os atentados contra os Estados Unidos de 11 de setembro de 2001.

No documento de duas páginas, o governo afirma que os "interesses da justiça" serão contemplados com a imediata suspensão dos julgamentos.

Foi solicitado um adiamento de 120 dias nas audiências.

Encontro com comandantes militares

Obama se reunirá nesta quarta-feira (dia 21) com os comandantes militares e sua equipe de segurança nacional, informaram funcionários democratas.

Entre os convocados para a reunião estão o secretário de Defesa, Robert Gates, e o chefe do Estado-Maior, o almirante Mike Mullen, além do comandante do Comando Central, o general David Petraeus.
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Também participarão do encontro, mas por video-conferência, o general Ray Odierno, a cargo das tropas no Iraque, e o general David McKiernan, responsável pelas forças norte-americanas no Afeganistão.

No último domingo, o assessor político de Obama, David Axelrod, havia dito que o novo presidente deve pedir aos comandantes militares um plano para a retirada das tropas do Iraque e anunciar reforços no Afeganistão.

Durante sua campanha eleitoral, Obama defendeu o retorno dos militares americanos no Iraque em 16 meses. Hoje, em seu discurso de posse, ele voltou a prometer que, durante seu mandato, os soldados começarão deixar o país árabe, mas "de maneira responsável".

O novo presidente americano também havia prometido dar mais atenção à guerra no Afeganistão, onde os comandantes pedem reforços ante o ressurgimento do movimento talibã, sobretudo no sul do país.

Cerimônia de posse

Obama se tornou hoje o 44º presidente dos Estados Unidos, após jurar sobre a Bíblia e diante de mais de 2 milhões de pessoas reunidas em frente ao Capitólio de Washington "desempenhar com fidelidade o cargo e defender a Constituição dos EUA".

No discurso de posse, Obama relembrou os fundadores dos Estados Unidos. Também direcionou o seu discurso aos não norte-americanos: "A América é amiga de toda nação em busca de paz e prosperidade", afirmou, pouco antes de falar em deixar o Iraque a seu povo e a levar paz ao Afeganistão. "O mundo mudou, e precisamos mudar com ele", afirmou.

Sobre a economia, Obama citou "esperança" e "medo": "nós escolhemos a esperança sobre o medo. Sabemos da gravidade da crise, pois vemos a situação que vivemos, com milhares de empregos perdidos. Mas juntos conseguiremos sair dessa crise". O presidente afirmou ainda que os problemas não serão resolvidos facilmente nem em pouco tempo, mas que serão enfrentados. "A nossa economia está enfraquecida como consequência de ganância e irresponsabilidade de alguns", afirmou.

"A América precisa desempenhar o seu papel de trazer essa nova era de paz", disse Obama. "O mundo mudou e precisamos mudar com ele." "Vamos começar a deixar responsavelmente o Iraque."

"Que estamos no meio de uma crise, não é algo novo. Nossa economia está enfraquecida pelas escolhas de alguns. Os problemas não serão enfrentados em pouco tempo ou facilmente, mas, saiba disso América, serão enfrentados", disse Obama.

"Teremos que enfrentar dogmas que por muito tempo impediram nossa nação de funcionar melhor", completou. "Nosso momento de defender interesses estreitos e pequenos acabou. O Estado da economia precisa de ação corajosa, e vamos agir."

Obama citou os ideais da Constituição americana e afirmou que eles ainda são os mesmos feitos pelos fundadores do país. "Nós somos os guardiões desse legado." "Somos uma nação de judeus, hindus, de toda língua e cultura", disse. "Seu povo vai julgar baseado no que vai construir e não destruir", completou, referindo-se às nações em guerra.

Por fim, Obama citou o pai, afirmando que, há alguns anos, ele sequer poderia comer em um restaurante e que, agora, seu filho está no Capitólio, tomando posse como presidente. "Vamos enfrentar as tempestades que podem vir."

Os passos da posse

Barack Obama tomou posse como o 44º presidente do país, um acontecimento inédito para os Estados Unidos, que terá seu primeiro líder negro. Ele chegou ao Capitólio por volta das 14h, acompanhado pelo então presidente George W. Bush, sob forte esquema de segurança.
Após fazer o juramento de posse, acompanhado de seu vice, Joe Biden, Obama realiza o trajeto do desfile do Capitólio até a Casa Branca.

Obama deu início às cerimônias de posse com um ofício religioso, acompanhado pela mulher, Michelle. O casal chegou à Casa Branca para um café com o atual presidente George W. Bush e o vice Dick Cheney, por volta das 13h30 (horário de Brasília).

Obama, sorridente, beijou Laura na face e apertou cordialmente a mão de Bush que lhe deu um tapinha no ombro; Michelle Obama beijou o casal Bush e entregou um presente a Laura.

Antes, Obama e Michelle foram levados de carro até a igreja Episcopal St. John para uma cerimônia de cerca de uma hora. O casal presidencial estava acompanhado pelo vice eleito, Joseph Biden, e sua esposa Jill.

Em um telegrama enviado nesta terça, o papa Bento 16 pediu ao novo presidente que promova a paz e a cooperação entre as nações. "Rezo para que se comprometa em promover a compreensão, a cooperação e a paz entre as nações", escreveu.

Mais de 2 milhões de pessoas enfrentaram 6 ºC negativos em Washington para assistir à cerimônia. Grupos cantam slogans como "Yes, we can" (Sim, nós podemos) e "USA, USA" (sigla para EUA, em inglês).

Televisores foram instalados ao redor do National Mall para que todos possam ver o presidente


Fonte: diversas - com AFP, AP, Efe e Reuters, BBC Brasil, Folha Online e informações de Fernanda Brambilla, em Washington

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O MUNDO DE OLHO NA POSSE


"Presidente de todos", Barack Obama faz história e toma posse nos EUA

Jornais do todo o Planeta mundo dão destaque para a posse de Obama nesta terça-feira.

HOJE É A FESTA DA DEMOCRACIA



O que a eleição de Barack Obama significa para a história dos países emergentes?

Você acredita que trará algum resultado positivo ou será mais do mesmo?

Chuva financeira - não adianta guardachuvas

INTERNACIONAIS - O PROBLEMA DA CRIS ECONÔMICA COMEÇA PELAS FINANÇAS E OS DESDOBRAMENTOS SÃO IMPREDICÍVEIS.

Cofres públicos vazios, desaceleração da economia chinesa e consequências da mudança climática para produção de alimentos são algumas das ameaças apontadas pelo WEF no relatório "Riscos globais 2009".

A menos de duas semanas do início do próximo Fórum Econômico Mundial (WEF), em Davos, a organização do evento apresenta um panorama sombrio para a economia mundial este ano.

O relatório, elaborado pela resseguradora Swiss Re, o banco Citigroup, a seguradora Zurich Financial Services e a sociedade de bolsa americana Marsh & McLennan, servirá de base para as discussões sobre "a agenda de depois da crise", na reunião anual do WEF, de 28 de janeiro a 1° de fevereiro, em Davos.

O documento aponta 26 perigos para o mundo em 2009. O WEF considera improvável que a situação econômica melhore este ano. Pelo contrário: a crise financeira e econômica pode até se agravar.

"O valor dos ativos imobiliários, que diminuiu à metade em pouco tempo, ainda não atingiu o fundo do poço. O círculo vicioso da queda de valor das aplicações, amortizações e o consequente aumento da pressão sobre o capital próprio dos bancos vão continuar", afirma.

TIRO PELA CULATRA

O WEF traça um quadro sombrio principalmente para as finanças públicas. "Os enormes gastos com que os governos apóiam as instituições financeiras são uma ameaça à precária situação financeira de países como os EUA, a Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha e Austrália."

Esses países, com crescentes gastos públicos e populações envelhecidas, "devem valorizar todos os riscos" e "não perder a perspectiva" além do futuro imediato, advertiu o economista-chefe do Zurich Financial Services, Daniel Hofmann.

Segundo ele, "2008 foi o ano em que a crise bateu no sistema financeiro, enquanto 2009 será o ano em que a crise passará à economia real".

A desaceleração da economia chinesa a um crescimento de menos de 6% ao ano terá efeitos para toda a debilitada economia mundial, além de atingir internamente o país, com aumento de desemprego e redução das importações, escrevem os analistas.

Segundo Sheana Tambourgi, diretora de pesquisas de risco do WEF, a crise financeira mostrou que crises globais só podem ser minimizadas com uma ação globalmente coordenada. "Isso vale para todos os tipos de crise. Crises globais exigem uma resposta participativa e nunca podem ser atacadas isoladamente", disse Tambourgi.

PROTECIONISMO E CLIMA DE VELÓRIO

O diretor de risco da resseguradora Swiss Re, Raj Singh, advertiu sobre uma outra ameaça: a mudança climática, que afetará muito mais os países em desenvolvimento, mas terá efeitos econômicos globais. Segundo ele, por isso, os governos "não podem olhar para outro lado" na hora de planejar seus investimentos.

"As previsões econômicas para 2009 são sombrias para a maioria das economias", afirma o WEF. O Fórum aponta um quadro desolador: mercados voláteis, falta de liquidez, aumento de desemprego e de confiança dos consumidores, crise alimentar, instabilidade das matérias-primas, queda do dólar, diminuição de recursos naturais e fissuras no "governo global".

O relatório do WEF mostra que os países emergentes não são imunes à crise econômica. "Ficou claro que, quanto às mudanças cíclicas, as economias emergentes e desenvolvidas continuam a ser fortemente correlacionadas, um fato que pode ter ficado escondido por anos sem fortes recessões." O WEF prevê aumento do protecionismo nos emergentes como reação à crise.

Para evitar o esperado clima de velório em Davos, o WEF ainda tenta espalhar um pouco de otimismo. "Toda crise é uma oportunidade e 2009 oferece a ocasião de reforçar a política de governo mundial e de construir uma vontade política para restaurar a estabilidade financeira", afirma o relatório. Mas também esse otimismo forçado não deve mudar o quadro.

INTERNACIONAIS - Gaza foi um conflito sem vencedores




Israel dribla direito internacional em Gaza.

Os comentaristas dos principais jornais do mundo são unânimes em afirmar que essa guerra só teve perdedores.

"Neste conflito, caracterizado pelo ódio e pelo medo, não houve vencedores, apenas perdedores", afirma o Berner Zeitung, da capital suíça. "Em primeiro lugar, a população civil: mais de mil pessoas, entre elas muitas crianças, perderam a vida sob os bombardeios."

Contrariamente ao que afirmam os dirigentes israelenses, que dizem ter atingido seus objetivos, o "Hamas e outros grupos palestinos ainda representam uma ameaça para Israel no barril de pólvora da Faixa de Gaza. Além disso, com a intervenção desproporcional de seu exército, a imagem de Israel foi prejudicada a nível mundial", afirma o Berner Zeitung.

Agressores sem limite

"Apesar de ter proclamado a guerra como sucesso, o exército israelense não conseguiu destruir o Hamas no plano militar nem na esfera política", afirma o Basler Zeitung, de Basiléia (oeste). "Com seu comportamento brutal, o Estado hebraico assumiu o papel de agressor que, em nome da própria defesa, não conhece qualquer limite."

A decisão de Israel e da comunidade israelita de boicotar o Hamas, após sua vitória nas eleições de três anos atrás, "favoreceu a divisão entre os palestinos e conduziu a um desastre". Na opinião do Basler Zeitung, a paz na Faixa de Gaza só será possível se todos as partes decidirem buscar uma solução política."

Paz ainda longínqua

"Desde a guerra dos seis dias em 1967, todos os conflitos no Oriente Médio terminaram com milhares de mortos, dores e novos ódios e nenhuma solução", lembra o Neue Luzerner Zeitung. "O cessar-fogo trará um pouco de tranquilidade aos 1,4 milhão de habitantes da Faixa de Gaza e a meio milhão de israelenses que vivem na vizinhança. Mas a criação de um Estado palestino parece ainda distante e ainda mais distante a paz."

"O cessar-fogo pode ser visto como um presente para o novo presidente norte-americano Barack Obama", afirma o Tages Anzeiger, de Zurique. "Ninguém poderá se iludir em Gaza e crer que pode significar o fim das hostilidades entre israelenses e palestinos."

Perda da credibilidade

Para o Der Bund, de Berna, o ocorrido nos últimos três dias não traz nova esperança de paz. "No passado, depois de uma vitória militar, o Estado hebreu sempre demonstrou que não faz concessões aos palestinos, capaz de construir um novo processo de paz."

O jornal da capital suíça sublinha a perda de credibilidade de Israel no plano mundial. "Com seu comportamento, o governo israelense está utilizando cada vez mais métodos que podem ser considerados de um Estado terrorista."

"O nascimento do Estado de Israel suscitou muitas esperanças e agora está causando cada vez mais o desprezo da comunidade internacional com sua política de ocupação nos últimos 40 anos", acrescenta o Der Bund.

Trégua frágil

"Duas tréguas paralelas não não fazem um armistício e muito menos a paz", observa o "Corriere del Ticino, da região sul da Suíça. "O Oriente Médio precisa de uma solução duradoura e o que foi acordado demonstra a fragilidade da situação. A trégua está baseada em opiniões e práticas claramente divergentes."

Depois deste conflito, "é muito provável que os beligerantes não cheguem a um acordo", afirma o jornal da Suíça italiana. "Deveria haver um compromisso de retirada gradual das tropas israelenses e a desmilitarização do Hamas." swissinfo, Armando Mombelli

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mangabeira quer ordem fundiária e fim do isolamento da Amazônia


Brasília - DF Fonte: Radiobrás Link: Gilberto Costa



O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, quer tratar da regularização fundiária e ambiental da Amazônia durante reunião que será realizada com os governadores da região no dia 13 de fevereiro, em Boa Vista (RR).Mangabeira defende que as posses com mais de 2.500 hectares fiquem sujeitas ao confisco federal e as posses com menos de 1.500 hectares tenham regularização mais rápida. Ele acredita que a medida possibilite a regularização, em três anos, de 80% das posses pequenas e que “os usurpadores vão ficar expostos a luz do dia”.Para o ministro, há posses e propriedades irregulares em função da mudança da legislação.


“Muitas vezes são pessoas que estão na região há anos ou décadas, a legislação ambiental evoluiu e essas populações foram colocadas retrospectivamente em uma situação de ilegalidade”, avalia.O ministro, responsável pelo Plano Amazônia Sustentável (PAS) lançado em maio do ano passado, defende a recuperação de áreas degradadas no cerrado que há na região. O incentivo (para lavoura, pecuária, manejo florestal ou produção de biodiesel) se daria por meio da cobrança de impostos. “A idéia é mudar o marco regulatório para impor um preço à degradação e oferecer um benefício à recuperação.”Outra preocupação de Mangabeira, além das áreas degradadas, é o fato de o extrativismo madeireiro ser, apesar da ilegalidade, uma atividade econômica mais lucrativa do que o extrativismo não-madeireiro, mas sustentável.


“Enquanto houver esse descompasso entre o ruim eficiente e o bom ineficiente, nós continuaremos a depender da polícia como muralha protetora da floresta”, prevê.Mangabeira Unger também defende propostas polêmicas entre ambientalistas, como, por exemplo, simplificar os procedimentos de licenciamento de obras (especialmente do Programa de Aceleração do Crescimento) e estimular a construção de estradas vicinais. É comum aos defensores do meio ambiente apontar as rodoviais como “vetores do desmatamento”. O ministro assinala que a proposta em elaboração prevê rodovias que tenham ao longo do trecho áreas delimitadas de proteção. Para “tirar a Amazônia do isolamento”, o ministro ainda defende a construção de mais eclusas para a navegação nos rios e estímulos para a aviação comercial na região.As reservas ambientais devem ser feitas nos pontos críticos de preservação ou nos locais mais próximos.


“Quando não for possível estabelecer as reservas legais no lugar original, nós precisamos construir as condições físicas e financeiras para reservas compensatórias em um lugar próximo.”Mangabeira também busca apoio dos governadores para o projeto de lei que vai transferir para os municípios as áreas onde já estão construídas cidades (regularização urbana).Hoje (16), o ministro terminou em Rio Branco, no Acre, a visita a quatro estados da Amazônia Legal (além do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Pará). A viagem do ministro tinha o objetivo de ouvir propostas e articular apoio dos governadores da região ao que está chamando de “segunda fase de trabalho do PAS”.

Falta de implementação faz desmatamento avançar em reserva extrativista no Pará

Reserva Extrativista Verde Para Sempre aguarda implementação há quatro anos.
Fonte: Greenpeace Brasil

Ativistas do Greenpeace e lideranças comunitárias de Porto de Moz, no Pará, inflaram hoje (18) um boi de seis metros de altura em uma área desmatada ilegalmente por fazendeiros de gado dentro da reserva extrativista Verde Para Sempre. A atividade é um protesto contra a falta de implementação da resex, criada há quatro anos pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva. A falta de ação do governo e o avanço da pecuária sobre a floresta estão entre as principais causas do desmatamento na Amazônia, maior fonte de emissões brasileiras de gases que provocam o aquecimento global.

Durante reunião realizada neste final de semana, lideranças comunitárias relataram diversos problemas sociais e ambientais relacionados com o fato da resex só existir no papel: o levantamento sócio-econômico realizado em 2006 para subsidiar o plano de manejo comunitário da unidade sequer foi divulgado. Não há placas de sinalização indicando os limites da reserva.
A regularização fundiária não avançou. Os créditos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prometidos pelo presidente do órgão em 2005 nunca chegaram. A sede da reserva em Porto de Moz não foi instalada, apesar de uma casa da Marinha ter sido disponibilizada para isso. Para completar, a exploração madeireira persiste, as invasões de barcos pesqueiros são constantes e funcionários do Instituto Chico Mendes raramente visitam a unidade de conservação.

“Faltou uma grande responsabilidade e essa responsabilidade do governo tem que ser retomada. E com respeito. Por que quem mora aqui é gente e merece respeito. É o apelo que eu faço para todas as autoridades, pois o descaso aqui é muito grande”, disse Raimundo Ribeiro da Silva, presidente da Associação de Moradores da Reserva Extrativista Verde Para Sempre. “Quando o presidente Lula venceu as eleições, ele disse que a esperança havia vencido o medo. Aqui, o medo é que está vencendo a esperança”, concluiu.

Em quatro anos, a reserva já teve desmatados mais de 40 mil hectares de sua área total de 1,2 milhão de hectares. Em sobrevôo recente pela região, o Greenpeace identificou novos desmatamentos dentro da reserva, ainda não apontados pelo sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“As unidades de conservação de uso sustentável, como a resex Verde Para Sempre, deveriam ser uma alternativa aos modelos predatórios de desenvolvimento da região amazônica. No entanto, sem implementação, acabam se tornando alvo de atividades predatórias, como a pecuária”, disse André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace.

Entre 1990 e 2003, o rebanho bovino cresceu 240%, passando de 26,6 milhões para 64 milhões de cabeças de gado. Segundo estudo do Imazon, os estados do Mato Grosso e Pará, juntos, concentram 60% do rebanho bovino da Amazônia. Esta expansão vem acompanhada de crescente pressão sobre a floresta, gerando mais desmatamentos e perda acelerada da biodiversidade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1996 e 2006, a área de pastagem aumentou em cerca de 10 milhões de hectares só na Amazônia, o equivalente a uma área 100 vezes maior que a da cidade de Paris.

Desmatamento Zero. É agora ou agora.
O desmatamento das florestas tropicais responde por 20% das emissões globais de gases do efeito estufa. No Brasil, essa conta é ainda mais perversa: a destruição florestal e o mau uso do solo representam 75% das emissões nacionais, colocando o país como o quarto maior poluidor do clima global. Zerar o desmatamento da Amazônia até 2015 é a principal contribuição que o Brasil pode dar para salvar o planeta dos impactos das mudanças climáticas.

A atividade em Porto de Moz, no Pará, faz parte da expedição do Greenpeace “Salvar o planeta: É agora ou agora” para alertar a população brasileira sobre os problemas causados pelo aquecimento global .

O navio do Greenpeace saiu de Manaus (AM) e segue agora para Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP) e, durante os finais de semana, estará aberto à visitação pública. Os visitantes serão informados, de uma forma lúdica e interativa, sobre os problemas causados pelas mudanças climáticas. A entrada é gratuita.

AÇÕES SOCIAIS DO GOVERNO ANA JULIA

Governo anuncia inclusão de mais dez mil jovens no Bolsa Trabalho

Na inauguração do infocentro do Planetário, no bairro Mangueirão, hoje (19) às 15 horas, a governadora Ana Julia Carepa anunciará o cadastro de mais dez mil bolsistas no Programa Bolsa Trabalho. Após um ano de criação, o Bolsa Trabalho cadastrou 47,5 mil jovens na faixa etária de 18 a 29 anos.

O novo infocentro tem 11 computadores e vai atender a comunidade em geral com acesso gratuito à internet de alta velocidade no programa Navegapará, maior programa de inclusão digital do país que beneficia cerca de dois milhões de pessoas.

Energia elétrica chega a 15 localidades em Bujaru

A governadora Ana Julia Carepa inaugurou, na última sexta-feira (16), energia elétrica na comunidade de Santa Maria no município de Bujaru, região Rio Capim, como parte integrante do projeto Luz para Todos do governo federal executado em parceria com o Governo do Estado. Pelo menos 15 comunidades foram beneficiadas com a eletrificação. Na sede do município, a governadora entregou à população cinco quilômetros de estrada asfaltada e um trator para a agricultura familiar em Bujaru.


Novas vagas para cursos profissionalizantes em dez municípios

Seduc oferta mais de 3,3 mil vagas para 23 cursos profissionalizantes da Rede das Escolas Tecnológicas nas formas Integrada ao Ensino Médio, Subseqüente e Proeja (Programa de Integração da Educação Profissional Técnica de Nível Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos). As vagas são ofertadas na capital paraense e nos municípios de Marituba e Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém; Paragominas, região Capim; Salvaterra, Marajó; Cametá, Tailândia e Abaetetuba, região Tocantins; Itaituba, região Tapajós e Monte Alegre, no Baixo Amazonas.

Ação de prevenção à aids e outras DSTs durante o FSM 2009

A Sespa vai intensificar as ações de combate das DSTs/aids durante o Fórum Social Mundial, realizado em Belém de 27 de janeiro a 1º de fevereiro. Esta será a primeira vez que o FSM é realizado na Amazônia e a capital paraense deverá receber uma média de cem mil pessoas para o evento.
Serão distribuídos cerca de 600 mil preservativos masculinos no Acampamento Intercontinental da Juventude, dentro do campus da Universidade Federal Rural da Amazônia, que deve abrigar até 20 mil jovens de todo o mundo.

- Leia mais notícias do Governo Popular no portal do Agência Pará, acessando www.agenciapara.com.br.

- Visite o novo site Movimento Pará onde são discutidos temas relevantes para o desenvolvimento do Pará: www.pa.gov.br/portal/movimento-para

Perceba que todas as ações são interessantes e fundamentais, formam parte das ações sociais do Governo do Estado. Entretanto uma questão sempre, ou quase sempre esquecida é saber quanto representam essas ações do que o governo tinha planejado e como se estruturaram essas ações. Um dos grandes debilidades que se percebem é que as ações se perdem em um mar de pequenos esforços paliativos e não é parte estruturada de um programa estratégico para mudar o modelo.

O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL E O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA, AINDA INEXISTENTE (2 Parte)

As potencialidades da Amazônia e a falta de exploração adequeada.


O potencial para o descobrimento de novos princípios ativos para remédios, produtos alimentícios, cosméticos, óleos naturais e essenciais, fitoterápicos e controles biológicos para patógenos agrícolas é ilimitado e só o céu é o limite se são aproveitados adequadamente os novos recursos da ciência, tecnologia e inovação, que estão ao alcance das universidades da Amazônia.

Entretanto o setor não tem dado respostas a uma demanda do mercado internacional, cada vez mais amplo.

Existe o sério perigo que a biodiversidade siga o caminho de outros produtos diferenciados da floresta, tais como a borracha, os óleos de dendê e outros produtos pouco explorados na região e hoje fortemente difundidos na Ásia e em outras latitudes.

Será que o Brasil estará sempre fadado a chegar tarde para explorar suas riquezas estratégicas.

Por enquanto o valor da biodiversidade é praticamente nulo se a sociedade não percebe também a importância da sua conservação e não aloca recursos para protegê-la, por enquanto, de forma paralela, se difunda a inovação tecnológica e a ciência, para agregar valor aos produtos.

Para perceber esse valor é necessário que existam regras bem claras no que diz respeito à questão fundiária e ao uso da terra, para impedir que ela seja utilizada livremente como parte de um recurso da natureza sem valor. Nas comunidades extrativistas foi constatado que a natureza é percebida como um fator de produção, diferentemente do que se pensava no passado.

Entretanto a percepção oficial e a economia de mercado consideram o uso da terra na Amazônia apenas pelo seu valor do solo, sem considerar todos os valores de usos que nela existem.

As condições atuais da economia apontam para a possibilidade de que a Amazônia e os produtos da biodiversidade ocupem um espaço diferente no mercado global, comparativamente ao que ocuparam em fases econômicas passadas, fornecendo apenas recursos naturais e não produtos da natureza, com valor agregado, como acontece atualmente.

Neste terceiro milênio, a Amazônia apresenta também uma característica ímpar, porque já tem uma população urbana consolidada, com demandas e procura de soluções para os problemas socioeconômicos, que o modelo de desenvolvimento econômico vigente não resolveu. Esse modelo, que não é apenas nacional, está esgotado e suas conseqüências têm levado a uma crise da sociedade moderna, transformando-a em uma verdadeira “sociedade de risco”.

O FÓRUM SOCIAL MUNDIAL E O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA, AINDA INEXISTENTE (1 Parte)

A AMAZONIA: ENTRE A RIQUEZA E PARVERSA PROBREZA

Estraído de: "DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE DA AMAZÔNIA: Biodiversidade, cadeias produtivas e comunidades extrativistas integradas - Gonzalo ENRÍQUEZ"

A Amazônia representa uma das maiores fontes de recursos naturais, além de ser um dos três patrimônios naturais mais importantes do planeta. Os outros são os mares profundos, sem uma governança ainda definida, e o território antártico, compartilhado entre diversas nações. Assim, a Amazônia é a única grande reserva da natureza que pertence, em sua maior parte, a um único país – o Brasil.

Como se isso não fosse suficiente, a Amazônia talvez seja uma das regiões mais cobiçadas no mundo, menos conhecida, pouco explorada, sujeita a muitas especulações e seriamente ameaçada. É praticamente consensual que os diversos ciclos de uso e exploração de seus recursos naturais e ambientais pouco contribuíram para a construção de uma sociedade justa, economicamente dinâmica e ambientalmente sustentável.

O modelo econômico vigente não tem contribuído para o dinamismo econômico sustentável e nem para uma melhor distribuição de renda, a partir do benefício econômico gerado.

Durante décadas foram promovidas atividades ambientalmente predatórias, como a pecuária e a indústria madeireira e, recentemente, a propagação da soja, que tem ampliado de forma extrema a fronteira agrícola. Embora tais atividades tenham, de certa forma, elevado a renda regional, e em alguns dos casos a renda per capita, elas não promoveram a eqüidade social desejada e têm acarretado o desmatamento e a destruição da floresta.

Da mesma forma, outras atividades de grande vulto – como a mineração e os empreendimentos hidrelétricos – têm contribuído muito mais como indicadores econômicos nacionais e internacionais do que para a solução dos sérios problemas da sociedade local: a pobreza e a exclusão.

O que a maioria dos responsáveis das políticas públicas na Amazônia ainda não compreendem, ou não estão interessados em compreender (por já ter assumido compromissos com as elites locais) é que o extrativismo e outras formas de produção, tradicionalmente praticadas na região, que integram as comunidades locais, apesar de ainda insuficientes, contribuem para a manutenção da floresta em pé, condição essencial para a sustentabilidade da Amazônia e para a geração de um novo modelo de sustentabilidade.

Com a intensidade das discussões sobre globalização e suas conseqüências no agravamento dos problemas ambientais no planeta, os recursos naturais se destacam hoje como um dos bens mais cobiçados para a sobrevivência da humanidade. Sendo assim, são diversos os interesses nacionais e internacionais que coexistem e se digladiam nesse campo, desde ambientalistas, que defendem o espaço geográfico e seus recursos naturais e ambientais, até fortes grupos econômicos, que consomem a natureza como simples matéria-prima para sustentar o crescimento econômico.

Acrescente-se, entre outros, o próprio Estado brasileiro, que, por intermédio das políticas públicas, expressa seu poder sobre o uso e a ocupação do território e seus recursos estratégicos como se eles fossem ilimitados. Os planos governamentais se sucedem, sobretudo a partir da década de 1970, na ocupação e desenvolvimento da Amazônia sem levar em consideração suas especificidades e riquezas naturais.

São muitas as correntes de opinião e os autores que convergem para o senso comum de que na Amazônia deve-se aproveitar a biodiversidade de forma sustentável, e que qualquer forma de exploração que não mantenha a floresta em pé terminará por destruir um bioma de riqueza imensurável, essencial para a sobrevivência da humanidade.

Entretanto, essa riqueza fantástica atribuída à Amazônia é, ainda, potencial. É preciso transformar esse potencial em insumos e produtos para os segmentos da indústria que apresentam uma demanda crescente de material de origem genético. Um dos melhores exemplos dessa demanda está nas indústrias de cosméticos (dermocosméticos), fitoterápica e farmacêutica, além da própria agricultura.

Como é de reconhecimento público e notório, a rica biodiversidade da Amazônia vem sendo subaproveitada e depredada ao longo dos tempos. Especialistas concordam que o momento atual é particularmente favorável para o aproveitamento dessa riqueza, em bases ambientalmente sustentáveis, economicamente dinâmicas e socialmente justas.
Um elemento central de diferenciação da biodiversidade, e que tem acirrado o debate sobre suas potencialidades, é o consenso entre os pesquisadores de todas as áreas de que a biodiversidade tem um substancial valor econômico e que está se tornando o principal recurso estratégico dos países de grande biodiversidade (megadiversos).

Israel e a lógica irracional

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Folha de S.Paulo, 5.1.2009

O ATAQUE de Israel a Gaza tem uma lógica -os foguetes de fundo de quintal lançados pelo Hamas- e uma oportunidade: as próximas eleições naquele país.
Mais amplamente, entretanto, o terrorismo do Estado de Israel contra o terrorismo palestino é um capítulo do equívoco geopolítico dos Estados Unidos e de Israel em relação ao Oriente Médio.

Durante a Guerra Fria, fazia sentido para a grande potência apoiar incondicionalmente Israel, já que este era seu aliado mais seguro na competição contra a União Soviética.

Depois que ela terminou, o objetivo de segurança nacional tanto dos Estados Unidos como de Israel deveria ter sido o de estabelecer relações comerciais e políticas de interesse mútuo com os demais países da região.

Infelizmente, não foi isso que aconteceu. A relação próxima entre o presente ataque e as próximas eleições tem sido apontada por inúmeros analistas. Por outro lado, esses e outros analistas informam sobre o crescente pessimismo e insegurança da maioria judaica em Israel. As duas posições são aparentemente contraditórias, mas é possível compreendê-las.

Os israelenses apoiam a guerra porque querem mais segurança, mas no seu íntimo sabem que a guerra não aumentará sua segurança -pelo contrário, a diminuirá porque fortalecerá o ódio dos países muçulmanos vizinhos e porque será mais um capítulo da crescente diminuição de apoio dos demais países devido à intransigência de Israel em relação a um acordo- principalmente se não cumprir as resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) determinando que desocupe os territórios que pertencem à Palestina.

É muito difícil para os israelenses saírem da armadilha em que estão metidos. Sociedade desenvolvida e democrática, muitos de seus cidadãos são críticos da política de seu Estado. Mas estes são a minoria. A maioria quer a guerra -o que mostra que também a democracia pode ser origem do nacionalismo étnico e religioso. O nacionalismo econômico faz parte da lógica da globalização e da democracia é parte da competição internacional. Já o nacionalismo étnico e o religioso são violentos, são fontes de limpeza étnica -foi assim que os palestinos foram expulsos de suas terras e concentrados na faixa de Gaza.

O que é paradoxal é que possam ser sustentados pelo voto popular, como vimos ser o nacionalismo étnico na Alemanha, e vemos hoje o nacionalismo étnico e religioso em Israel.

Quais as consequências dessa incapacidade de Israel de negociar com os palestinos e lhes garantir um Estado? No curto prazo, a violência e o ódio dos dois lados serão crescentes. E no longo prazo? O aumento da indignação e do ódio nos países vizinhos não permite otimismo. Se para os Estados Unidos essa é uma ameaça longínqua, para Israel é uma ameaça concreta por isso, os israelenses estão pessimistas. Os países muçulmanos não submetidos à dominação norte-americana estão se fortalecendo. O Irã e a Turquia, principalmente, mas também a Síria e o Líbano. Em toda a região, novos partidos políticos islâmicos combinam um necessário nacionalismo econômico com um perigoso nacionalismo étnico semelhante ao de Israel.

O que vemos na região não é a lógica da paz, mas a da guerra. Uma lógica tão irracional quão implacável que só poderá ser quebrada quando mudar a política dos Estados Unidos.